quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Em 2013 completaram-se 30 anos do Bicampeonato mundial do Nelson Piquet no ano de 1983.

O piloto brasileiro Nelson Piquet Souto Maior ficou conhecido por vencer campeonatos com carros inferiores ao dos seus adversários, exceto em 1987 quando ele tinha ao seu dispor o fantástico Williams-Honda. No entanto, esse campeonato de 1983 sem sombras de dúvidas foi o mais perfeito que o Nelson fez. Primeiro porque tinham duas equipes disputando de igual para igual com ele que eram a Ferrari e a Renault e na Renault fizeram investimentos pesados para ganhar aquele campeonato e ainda por cima a equipe francesa tinha ao volante o futuro tetracampeão mundial Alain Prost. Piquet e Prost disputaram um campeonato bastante equilibrado com altos e baixos de ambas as partes, sendo que Alain consegue até mais vitórias, mas no final Piquet deu o troco por saber tirar o máximo do seu Brabham-BMW BT52 e também por sua regularidade. Mais tarde o projetista Gordon Murray daria à Piquet um modelo mais veloz chamado Brabham-BMW BT52B a partir de Silverstone na Inglaterra o que aumentou consideravelmente as chances de título.


Gordon Murray e Nelson Piquet desenvolveram muito a Brabham em 1982, eles estavam atrasados na era turbo aproximadamente 2 anos da Renault e da Ferrari. Piquet e a Brabham testaram várias horas o carro e os pneus para chegarem no patamar que chegaram. Na Brabham a dupla Nelson Piquet e Gordon Murray foi responsável por desenvolver pela primeira vez na Fórmula 1 o aquecimento dos pneus para uma melhor resposta imediata nas primeiras voltas. Além disso eles foram revolucionários e ousados ao criarem a parada para troca de pneus e reabastecimento, ou seja os pit-stops. Daí você tira a inteligência dos dois. Geralmente Piquet largava com o carro mais leve do que todo mundo, abria uma vantagem considerável e ainda voltava com pneus mais novos do que os dos adversários e ainda disputando as primeiras por conta da diferença do carro ter largado leve.



Gordon Murray copiou o sistema de pits-stops das que existia nas Fórmula Indy nos Estados Unidos, fez bastante testes e aplicou o conhecimento adquirido nos EUA para a Fórmula 1. E não deu outra, foi um sucesso. A fórmula tinha dado certo e com isso tinha sido introduzida e para a Europa também. No entanto nem só de pits-stops vivia a dupla da Brabham, existiram corridas em que o Nelson fez com o carro com tanque cheio e sem parar. Era a parceria perfeita do carro com a estratégia e o motor.




Na Holanda houve uma colisão entre Piquet e Prost. Nelson afirmou que tinha o carro desequilibrado e que Prost iria acabar somando mais pontos do que ele, mas ao fazer a manobra de ultrapassagem com o seu Renault, Alain foi meio estabanado na curva e acabou tirando Piquet da corrida. Segundo Nelson isso foi até bom porque ao colidir o carro de Prost ficou desequilibrado e com isso o piloto francês também acabou abandonando aquela corrida. Zero a zero entre os dois na Holanda e com isso o nenhum dos dois somou pontos. O campeonato estava aberto.




No GP da Itália no circuito de Monza uma mudança foi feita no motor da BMW e ele ganhou uma versão mais forte. Com isso Piquet superou a desvantagem técnica do seu carro em relação aos Renault e Ferrari e ganhou o Grande Prêmio de Monza. Com um carro mais potente a confiança tinha aumentado para vencer e liderar o resto do campeonato.




Em Kyalami a decisão do campeonato ficou mesmo entre Piquet e Prost. Alain estava um ponto na frente do Piquet. Nelson, então surpreendeu os adversários com uma tática arrojada e ariscada. Piquet saiu com apenas 70 litros de combustível e com o carro mais leve disparou na frente todo mundo virando 3 segundos por volta mais rápido do que a Renault do Prost. Isso deixou o piloto francês muito nervoso. Piquet fez o reabastecimento e ainda voltou na frente de todo mundo. Quando Alain Prost entrou para fazer o seu pit-stop Nelson já estava quase 30 segundos na frente dele e para acabar de vez com o campeonato o motor da Renault de Alain quebrou. Com isso Nelson só fez administrar a corrida e passou a guiar com extremo cuidado variando entre a segunda e terceiras posições e ao passar pela bandeira quadriculada tornou-se o segundo piloto brasileiro a conquistar um bicampeonato, talvez o melhor de sua carreira. Antes dele só Emerson Fittipaldi tinha conseguido tal proeza no ano de 1974 guiando pela McLaren.

1983 provavelmente o campeonato mais arrasador de Nelson Piquet. Parabéns ao mestre.


Final do campeonato de 1983.


Pontos (por pilotos)

1º. Nelson Piquet (BRA/Brabham) – 59 pontos
2º. Alain Prost (FRA/Renault) – 57
3º. René Arnoux (FRA/Ferrari) – 49
4º. Patrick Tambay (FRA/Ferrari) – 40
5º. Keke Rosberg (FIN/Williams) – 27
6º. John Watson (IRN/McLaren) – 22
7º. Eddie Cheever (EUA/Renault) – 22
8º. Andrea de Cesaris (ITA/Alfa Romeo) – 15
9º. Riccardo Patrese (ITA/Brabham) – 13
10º. Niki Lauda (AUT/McLaren) – 12
11º. Jacques Laffite (FRA/Williams) – 11
12º. Michele Alboreto (ITA/Tyrrell) – 10
13º. Nigel Mansell (ING/Lotus) – 10
14º. Derek Warwick (ING/Toleman) – 9
15º. Marc Surer (SUI/Arrows) – 4
16º. Mauro Baldi (ITA/Alfa Romeo) – 3
17º. Danny Sullivan (EUA/Tyrrell) – 2
18º. Elio de Angelis (ITA/Lotus) – 2
19º. Johnny Cecotto (VEN/Theodore) – 1
20º. Bruno Giacomelli (ITA/Toleman – 1

Pontos (por construtores)

1º. Ferrari – 89
2º. Renault – 79
3º. Brabham/BMW – 72
4º. Williams/Ford Cosworth – 36
5º. McLaren/Ford Cosworth – 34
6º. Alfa Romeo – 18
7º. Tyrrell/Ford Cosworth – 12
8º. Lotus/Renault – 11
9º. Toleman/Hart – 10
10º. Arrows/Ford – 4
11º. Williams/Honda – 2
12º. Theodore/Ford – 1
13º. Lotus/Ford – 1

Vitórias (por pilotos)

4 – Alain Prost
3 – René Arnoux, Nelson Piquet
1 – John Watson, Patrick Tambay, Keke Rosberg, Michele Alboreto, Riccardo Patrese

Vitórias (por construtores)

4 – Renault, Ferrari, Brabham
1 – McLaren, Williams, Tyrrell

Poles (por pilotos)

4 – René Arnoux, Patrick Tambay
3 – Alain Prost
1 – Keke Rosberg, Nelson Piquet, Riccardo Patrese, Elio de Angelis

Poles (por construtores)

8 – Ferrari
3 – Renault
2 – Brabham
1 – Williams, Lotus

Pódios (por pilotos)

8 – Nelson Piquet
7 – René Arnoux, Alain Prost
5 – Patrick Tambay
4 – Eddie Cheever
3 – John Watson
2 – Niki Lauda, Keke Rosberg, Andrea de Cesaris, Riccardo Patrese
1 – Michele Alboreto, Nigel Mansell

Pódios (por construtores)

12 – Ferrari
11 – Renault
10 – Brabham
5 – McLaren
2 – Williams, Alfa Romeo
1 – Tyrrell, Lotus

Melhores voltas (por pilotos)

4 – Nelson Piquet
3 – Alain Prost
2 – René Arnoux
1 – Niki Lauda, Riccardo Patrese, Andrea de Cesaris, John Watson, Patrick Tambay, Nigel Mansell









Nenhum comentário:

Postar um comentário